Neve em Lisboa?

Não... é Granizo!
Mesmo assim, hoje parecia Natal na Grande Lisboa!
Confira algumas das fotos que foram publicadas no site da Revista Sábado!

A Páscoa no Brasil e em Portugal

Páscoa significa "passagem" e a esperança de que esta "passagem" seja para uma vida nova e melhor!

A Páscoa é um evento religioso cristão, onde os cristãos celebram a Ressurreição de Jesus Cristo, após Este ter sido crucificado e morto na Sexta-Feira (Santa) que antecede o Domingo de Páscoa. Visto que Portugal e Brasil são países laicos, como será que esses dois países celebram esta data? Será que existem diferenças? Será que esta celebração é mesmo uma celebração religiosa, ou esta é mais uma data comercial, onde se pretende viajar e comprar?

Eu diria que, infelizmente, ambos os países comemoram a Páscoa de uma forma bastante semelhante. Ou seja, há aqueles que ainda celebram o feriado religioso como tal, mas a grande maioria está mais preocupada com a tradição comercial em que esta celebração se transformou.

No Brasil, os símbolos da Páscoa sempre foram o Ovo e o Coelho. Para entender o porque desta simbologia, é necessário voltar à Idade Média e lembrar os antigos povos pagãos europeus que, nesta época do ano, homenageavam Ostera, ou Esther – em inglês. Daí "Easter" significar Páscoa, em inglês. Ostera é a deusa da Primavera que segura um ovo em sua mão e observa um coelho, símbolo da fertilidade, pulando alegremente em redor de seus pés nus. A deusa e o ovo que carrega são símbolos da chegada de uma Nova Vida. Visto então que o Brasil foi descoberto e colonizado por um país europeu, nada mais natural do que herdarmos a tradição dos ovos e coelhos de Páscoa! No entanto, porque ovos e coelhos de chocolate? Talvez por serem mais gostosos (e vendáveis) do que, simplesmente, ovos cozidos!



Mas em alguns países, ainda é comum a prática de pintar-se ovos cozidos, decorando-os com desenhos e formas abstractas.

Ainda no Brasil, devido a grande imigração italiana, introduziu-se na Páscoa o consumo do "Colomba Pascal", um pão italiano em forma de pomba. Conta uma lenda que o rei Lombardo Alboino, raivoso com os problemas da guerra devido a resistência militar na cidade de Pavia, acalmou-se e desistiu de sua vingança depois de ganhar um "Colomba Pascal" de um padeiro de Pavia. Logo, este pão ficou conhecido como o que "preconiza a paz".



Em Portugal, até há pouco tempo, a tradição passava exclusivamente pelo consumo das Amêndoas. Cobertas com açúcar, chocolate, de tudo quanto é tipo, esses eram os "pequeno ovinhos" que as pessoas tinham por hábito oferecer na Páscoa. Talvez pelo formato, a amêndoa tenha sido o fruto seco escolhido! Ora, aí está mais uma estratégia comercial, que assenta muito bem num país de clima temperado que, diferentemente do Brasil, produz frutos secos com fartura! No entanto, ovos e coelhos de chocolate, até bem pouco tempo, não faziam parte desta celebração em Portugal. Agora, talvez devido ao grande fluxo de imigrantes brasileiros dos últimos anos, introduzir ovos e coelhos de chocolates nos supermercados portugueses passou a fazer mais sentido.



Para completar, em Portugal também encontramos os "Folares". Doces ou salgados (dependendo da região), o "Folar" é um pão, que, em algumas regiões, é encimado por ovos cozidos com casca.

Imagens tiradas da Internet

Grêmio Literário de Lisboa: Um ícone pouco conhecido

Texto e foto por Juliana Iorio
(protegidos pelo Direito de Autor)

A quem diga que, quem não conhece o Bairro do Chiado, em Lisboa (Portugal), não conhece Lisboa! Localizado entre a chamada “Baixa Pombalina” e o famoso “Bairro Alto”, este bairro é um dos mais emblemáticos da cidade. E é no centro do Chiado que está a histórica “Rua Garret”, uma rua que foi pólo intelectual de Lisboa no século XX, que liga o “Largo do Chiado” à “Rua do Carmo”, e que continua a ser um ícone nesta cidade. Por isso, conhecê-la, é uma visita obrigatória!

No entanto, o que muitas pessoas não sabem, é que perpendicular à Rua Garret, existe uma pequena rua, chamada Rua Ivens, onde encontra-se o palacete do Visconde de Loures, um palacete de traça românica, que desde 1974 é ocupado pelo Grêmio Literário de Lisboa.



Criado em 18 de Abril de 1846, através de uma carta régia expedida pela então rainha de Portugal, Dona Maria II, o Grêmio Literário de Lisboa teve entre os seus fundadores as duas principais figuras do Romantismo português: o historiador Alexandre Herculano e o poeta e dramaturgo Almeida Garrett, para além dos chamados “Liberalistas Constitucionais” e “Setembristas” (corrente mais à esquerda do movimento liberal), que tinham como objetivo o convívio e a promoção da cultura no país. Com sucessivas sedes no Bairro do Chiado, atualmente este organismo pode ser encontrado na Rua Ivens, número 37.

Lá, para além de se poder encontrar variadas atividades intelectuais, como conferências, cursos sobre literatura, arte, arquitetura, economia, política, direito, e etc, as suas salas, a biblioteca e o gabinete de leitura de jornais, que já foram mencionados em diversas obras literárias, são consideradas visitas obrigatórias. Foi nas salas do Grêmio Literário de Lisboa que realizou-se, em 1912, a primeira exposição “modernista” registada pela História de Arte Portuguesa, nela tendo exposto, pela primeira vez, o pintor Almada Negreiros.

Mas se a evolução de Lisboa fez abrandar a frequência significativa do Grêmio Literário até meados do século XX, nos anos 60 o seu papel cultural e mundano foi recuperado. Um centro de estudos sobre o século XIX teve o seu lugar, realizando-se conferências, publicações, cursos e colóquios internacionais; e enriquecendo-se a biblioteca com mais esta especialidade. Atualmente, esta biblioteca possui cerca de 13.000 volumes. E foi também em uma das suas salas, que em 1985, iniciou-se o Movimento Contra o Acordo Ortográfico, para defesa da Língua Portuguesa.

Hoje, dentre os Sócios Honorários deste Grêmio, destacam-se as escritoras Agustina Bessa-Luís e Ana Maria de Lourdes Rocha Alves Hatherly; a atríz Carmén Dolores; e a viúva de um neto do escritor Eça de Queiroz, atual Presidente da Fundação Eça de Queiroz, Maria da Graça Salema de Castro. Ainda como parte do Corpo Social, mais propriamente do Conselho Literário, encontra-se o nome de Maria de Jesus Barroso Soares, primeira-dama de Portugal de 1986 a 1996.

Uma larga correspondência com outros “clubs” e “cercles” na Europa, nas Américas e em outros continentes, assegura hoje um convívio internacional com professores, escritores, juristas, médicos, economistas, empresários, diplomatas e personalidades da política. Trata-se, portanto, de um organismo que foi reconhecido, em 1996, como “Utilidade Pública”, “pela notável actividade de uma das associações mais antigas da Europa e pela importância das acções desenvolvidas na defesa da língua portuguesa”.