Uma Inquietação... um Medo!


Não estou de todo inspirada para escrever, se é que para escrever é preciso inspiração...mas tenho vontade, sinto-me inquieta e já desde há algum tempo que esta dúvida me assola...passo os dias a pensar nesta música, está sempre na minha cabeça!Ecoa...e há la coisas...

Ouço muito e sobretudo quando estou no meu porto de abrigo um CD do Palma, ouço repetidamente e ainda mais repetidamente a música, Sonhadores Inatos (fascina-me aquele som de clarinete) e porque sou uma eterna sonhadora...a bem da verdade!

Mas, não somos todos!?!

Sou fascinada pela música, Na Terra dos Sonhos...ou Quem és tu de novo, mas sem querer só tenho na cabeça O Bairro do Amor... curioso é que nem me lembro da última vez que a ouvi, no entanto tenho-a na cabeça!

Sinto-a mais presente ainda, desde que um amigo, a propósito da ultima «reflexão», me disse...nota-se em ti o medo da solidão!E isso é uma coisa que só apareçe com o avanço da idade...assim foi!E então entendi porque... é o insconciente deste medo da Solidão.

Mesmo não querendo e muitas vezes nem estando, é assim, uma realidade que me assola!Um medo gigante e que tento sempre transpor!

O ser humano pode não estar «predestinado a viver aos pares», mas não está certamente preparado para viver e lidar com a solidão!Isto é também o claro reflexo das maldades para não dizer atrocidades e egoísmos das pessoas.

É o que sinto e sobre isto tive vontade de escrever...E apesar de gostar da minha companhia e de estar comigo própria...quero desacreditar aquela frase que diz mais ou menos isto...só eu mesmo me acompanho por toda a vida!

Embora a actual sociedade com todos os seus contornos nos leve por esse caminho...só tenho que fugir dele e encontrar o meu...


O Bairro do Amor - JP


« No bairro do amor a vida é um carrossel
Onde há sempre lugar para mais alguém
O bairro do amor foi feito a lápis de côr
Por gente que sofreu por não ter ninguém

No bairro do amor o tempo morre devagar
Num cachimbo a rodar de mão em mão
No bairro do amor há quem pergunte a sorrir:
Será que ainda cá estamos no fim do Verão?

Eh, pá, deixa-me abrir contigo
Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair-me um pouco
Eu sei que tu compreendes bem


No bairro do amor a vida corre sempre igual
De café em café, de bar em bar
No bairro do amor o Sol parece maior
E há ondas de ternura em cada olhar

O bairro do amor é uma zona marginal
Onde não há hotéis nem hospitais
No bairro do amor cada um tem que tratar
Das suas nódoas negras sentimentais

Eh, pá, deixa-me abrir contigo
Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair-me um pouco
Eu sei que tu compreendes bem »

1 comentário:

Deeper disse...

Linda esta música Reflexo! Alguns músicos e letristas têm o poder de resumir a vida em algumas linhas, com as quais todos nos podemos identificar, é o caso do Jorge Palma. E com essa inspiração certamente que o teu destino não será a solidão.
Parabéns pelo blog!