Este blog pretende ser uma espécie de diário com "Os Meus Pensamentos". Viajar, Cozinhar e Escrever são apenas algumas das coisas que me fazem "Crescer"! Por isso, baseei-me no nome de um livro de Jean Monbourquette, e escolhi para endereço deste blog: "Crescer, Amar, Perder e Crescer"... Blog criado em 26 de Outubro de 2006.
Desejo à todos...
É NATAL...
É o braço do abeto a bater na vidraça?
" Elogio ao Amor "
O que quero é fazer o elogio do amor puro.
Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão.
Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calcas e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".
O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões.
O amor transformou-se numa variante psico-socio-bio-ecológica de camaradagem.
A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível.
O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananoides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra.
O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental.
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores.
O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor.
A "vidinha" é uma convivência assassina.
O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição.
Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima.
O amor não se percebe. Não é para perceber.
O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente.
O coração guarda o que se nos escapa das mãos. É durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha, é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz.
Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra.
A vida dura a Vida inteira, o amor não.
Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.
" Elogio ao amor – Miguel Esteves Cardoso – Expresso
SICKO
Frase
Preserverança!
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,repetindo todos os dias os mesmos trajectos,quem não muda de marca , não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece...
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro ao branco, e os pontos nos "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar.
Somente a preserverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.
Pablo Neruda
SE EU FOSSE
SE EU FOSSE...
Se eu fosse uma hora do dia, seria ... Meia Noite
Se eu fosse um astro, seria ... Cometa
Se eu fosse uma direcção, seria... Norte
Se eu fosse um móvel, seria ... Chaise Longue
Se eu fosse um liquido, seria ... Água do mar
Se eu fosse um pecado, seria ... Um bolo de chocolate
Se eu fosse uma pedra, seria ... esmeralda
Se eu fosse uma árvore, seria ... Cedro
Se eu fosse uma fruta, seria ... Cerejas
Se eu fosse uma flor, seria ... Tulipa
Se eu fosse um clima, seria ... Neve
Se eu fosse um instrumento musical, seria ... Violino
Se eu fosse um elemento, seria ... Oxigénio
Se eu fosse uma cor, seria ... Azul céu
Se eu fosse um animal, seria ... Cavalo
Se eu fosse um som, seria ... Eco
Se eu fosse música, seria ... Jorge Palma ...qual...hum dificil!!!!
Se eu fosse estilo musical, seria … Música Clássica
Se eu fosse um sentimento, seria ... Amor
Se eu fosse um livro, seria ... Conversas com Deus
Se eu fosse uma comida, seria ...Risoto
Se eu fosse um lugar, seria ... o meu porto de abrigo, a minha casa
Se eu fosse um gosto, seria ... Canela
Se eu fosse um cheiro, seria ... Baunilha
Se eu fosse uma palavra, seria ... Olá
Se eu fosse um verbo, seria ... SER
Se eu fosse um objecto, seria ... Quadro
Se eu fosse peça de roupa, seria ... Cachecol
Se eu fosse parte do corpo, seria ... Olhos
Se eu fosse expressão facial, seria ...Sorriso
Se eu fosse personagem de desenho animado, seria … Abelha maia
Se eu fosse filme, seria ... A Vida é Bela
Se eu fosse forma, seria ... Circunferência
Se eu fosse número, seria ... 6
Se eu fosse estação, seria ... Primavera
Se eu fosse uma frase, seria ... "Prefiro ser aprendiz de tudo, do que mestre de pouco."
E voces ...SE FOSSEM O QUE SERIAM...?
E se formos tudo isso, não diz muito do que somos...?!
Em minhas andanças pela Itália... Uma descoberta
Neri Per Caso (Negros por acaso). Eles cantam "A Capela", ou seja, só voz, sem instrumentos musicais. Esta música,"Le Ragazze", uma música feita para as mulheres na faixa dos 30, é a que eu mais adoro! Tenho certeza que, quem souber italiano e entender a letra, também irá adorar!
Letra: Le Ragazze (As Mulheres)
Le ragazze si lanciano ad occhi chiusi nelle avventure (As mulheres se jogam de olhos fechados numa aventura)
qualche volta confondono la bugia e la verita' (as vezes confundem a mentira e a verdade)
seguono l'istinto (seguem o instinto)
e l'istinto le aiutera' (e o instinto lhes ajudará)
sono treni in corsa (são um trem em curso)
che nessuno fermera' (que ninguém parará)
le ragazze decidono il destino dei loro amori (as mulheres decidem o destino de seus amores)
i ragazzi s'illudono ma non contano un gran che... (os rapazes se iludam ma não contam com grande coisa)
quando ti sorridono (quando te sorriem)
e' probabile che sia un si (é provável que seja um sim)
ma quando si allontanano e' no! (mas quando se afastam é não!)
e tu... (e tu...)
ci devi stare inutile sperare (deixa estar, é inutil esperar)
di recuperare se hanno detto no (de recuperar se disseram não)
meglio sparire non telefonare (melhor desaparecer, não telefonar)
per sentirsi dire un'altra volta no (para escutar dizerem outra vez não)
come se non t'importasse piu' (como se não te importasse mais)
senza farti mai vedere giu' (sem fazer nunca te verem embaixo)
si puo' amare da morire ma morire d'amore no! (se pode amar de morrer mas morrer de amor não!)
le ragazze che ispirano tutti i testi delle canzoni (as mulheres que inspiram todos os textos das canções)
sono sempre al centro dei discorsi di tutti noi (são sempre o centro do discurso de todos nós)
che non conosciamo (que não conhecemos)
nem meno la meta' (nem ao menos a metade)
di tutti quel che pensano (de tudo aquilo que pensam)
e dei segreti che ognuna ha (e dos segredos que cada uma há)
le ragazze volteggiano sulle ali degli aquiloni (as mulheres nos dão a volta como brinquedos)
e noi innamorati che le seguiamo da quaggiu' (e nós apaixonados as seguimos daqui de baixo (rastejamos))
guarda come planano...qualcuna scendera' (olha como plainam... alguma cairá)
ma quando si allontanano e' no! (mas quando se afastam é não!)
e tu...
ci devi stare inutile sperare di recuperare se hanno detto no
meglio sparire non telefonare per sentirsi dire un'altra volta no
come se non t'importasse piu'
senza farti mai vedere giu'
si puo' amare da morire ma morire d'amore no!
le ragazze che sfidano le opinioni della gente (as mulheres que expõem as opiniões de toda a gente)
hanno gli occhi limpidi di chi dice la verita' (Têm os olhos limpos de quem dizem a verdade)
senza compromessi (sem compromissos)
ne mezze misure (nem mesmo medidas)
sono piu' sincere (são mais sinceras)
le ragazze della nostra eta (as mulheres da nossa idade)
O meu italiano não é perfeito, mas acho que deu para todo mundo ter uma ideia da letra da música, né?
Através do espelho ...
Um raio me cortando a escuridão
E veio me puxando pela mão
Por onde não imaginei seguir
Me fez sentir tão bem, como ninguém
E eu fui me enganando sem sentir
E fui abrindo portas sem sair
Sonhando às cegas, sem dormir
Não sei quem é você
O amor em seu carvão
Foi me queimando em brasa no colchão
E me partiu em tantas pelo chão
Me colocou diante de um leão
O amor me consumiu, depois sumiu
E eu até perguntei, mas ninguém viu
E fui fechando o rosto sem sentir
E mesmo atenta, sem me distrair
Não sei quem é você
No espelho da ilusão
Se retocou pra outra traição
Tentou abrir as flores do perdão
Mas bati minha raiva no portão
E não mais me procure sem razão
Me deixe aqui e solta a minha mão
E fui fechando o tempo, sem chover
Fui fechando os meus olhos, pra esquecer
Quem é você?
Ana Carolina
Momentos...
ou ja te levam balas de um qualquer inimigo.
Será que soube dar-te tudo o que querias,
ou deixei-me morrer lento, no lento morrer dos dias.
Será que fiz tudo que podia fazer,
ou fui mais um cobarde, nao quis ver sofrer.
Será que lá longe ainda o céu é azul,
ou já o negro cinzento confunde Norte com Sul.
Será que a tua pele ainda é macia,
ou é a mao que me treme, sem ardor nem magia.
será que ainda te posso valer,
ou já a noite descobre a dor que encobre o prazer.
Será que é de febre este fogo,
este grito cruel que da lebre faz lobo.
Será que amanha ainda existe para ti,
ou ao ver-te nos olhos te beijei e morri.
Será que lá fora os carros passam ainda,
ou as estrelas cairam e qualquer sorte é bem-vinda.
Será que a cidade ainda está como dantes
ou cantam fantasmas e bailam gigantes.
Será que o sol se põe do lado do mar,
ou a luz que me agarra é sombra de luar.
Será que as casas cantam e as pedras do chao,
ou calou-se a montanha, rendeu-se o vulcao.
Será que sabes que hoje é Domingo,
ou os dias não passam, sao anjos caindo.
Será que me consegues ouvir
ou é tempo que pedes quando tentas sorrir.
Será que sabes que te trago na voz,
que o teu mundo é o meu mundo e foi feito por nós.
Será que te lembras da cor do olhar
quando juntos a noite nao quer acabar.
Será que sentes esta mao que te agarra
que te prende com a força do mar contra a barra.
Eu sei que tu estaras sempre por mim
Nao ha noite sem dia, nem dia sem fim.
Será,Será,Será...?
Pedro Abrunhosa
"L'Auberge espagnole"
Apenas para lembrar e me lembrar que há muito ainda por viver, conhecer, amar e voar...
Apenas o começo... ainda que pareça o fim... not the end... but... once upon in time...
Um post em homenagem a Cecília... e a mim também...
Talvez sejam estes alguns dos versos mais famosos de Cecília Meireles, poetisa, nasceu em 1901, no Rio de Janeiro.
Mas há muito mais neste mundo de Deus que também não se explica... e tampouco se entende...
Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas;
Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil:
Sim, meus olhos já foram mais felizes frente a este mesmo rio... em que espelho d´água ficou perdida a minha face?
"Eu finjo ter paciência" escutei hoje Lenine... aliás, outra coisa que não entendo ou conheço... a paciência... alguém me explica?!
Eu "não" sei...
Palavras são erros e os erros são seus
Não quero lembrar que eu erro também
Um dia pretendo tentar descobrir
Porque é mais forte quem sabe mentir
Não quero lembrar que eu minto também
Eu sei
Feche a porta do seu quarto
Porque se toca o telefone pode ser alguém
Com quem você quer falar
Por horas e horas e horas
A noite acabou, talvez tenhamos que fugir sem você
Mas não, não vá agora, quero honras e promessas
Lembranças e estórias
Somos pássaro novo longe do ninho...
Renato Russo
O Nosso Dever de Falar
« Ao longo da muralha que habitamos
Há palavras de vida há palavras de morte
Há palavras imensas,que esperam por nós
E outras frágeis,que deixaram de esperar
Há palavras acesas como barcos
E há palavras homens,palavras que guardam
O seu segredo e a sua posição
E há palavras e nocturnas palavras gemidos
Palavras que nos sobem ilegíveis
À boca
Palavras diamantes palavras nunca escritas
Palavras impossíveis de escrever
Por não termos connosco cordas de violinos
Nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
E os braços dos amantes escrevem muito alto
Muito além da azul onde oxidados morrem
Palavras maternais só sombra só soluço
Só espasmos só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados
E entre nós e as palavras, o nosso dever falar.»
Mário Cesariny
Causo Mineiro...
"Crachá nos dentes..." meu preferido de Lygia
Existimos?
Nada no fundo tinha que dizer-te e para ver-te verdadeiramente e na tua visão me comprazer indispensável era evitar ter-te.
Era tudo tão simples quando te esperavam, tão disponível como então eu estava, como mudou aquela que te esperava.
Tu sabes como era se soubesses como é.
Numa vida tão curta mudei tanto, depois de tudo quanto o tempo me levou,
Se porventura tem ainda para mim sentido é ser solidão que te rodeia a ti.
Mas o preço que pago por te ter, é ter-te apenas quanto poder ver-te e ao ver-te saber que vou deixar de ver-te
Mesmo agora te vejo e mesmo ao ver-te não te vejo, pois sei que dentro em pouco deixarei de ver-te.
Eu aprendi a ver a minha infância e vim a saber mais tarde a importância.
Vejo-te agora, vi-te ontem e anteontem, e penso que, se nunca a bem dizer te vejo, se fosse além de ver-te sem remédio te perdia.
Mas eu dizia que te via aqui e acolá e quando te não via dependia do momento marcado para ver-te.
Eu chegava primeiro e tinha de esperar-te e antes de chegares já lá estavas, naquele preciso sítio combinado onde sempre chegavas.
Sempre tarde, ainda que antes mesmo de chegares lá estivesses, se ausente mais presente pela expectativa, por isso mais te via do que ao ter-te à minha frente.
Mas sabia que um dia não virias, que até duvidarei se tu estiveste onde estiveste, ou até se exististe ou se eu mesmo existi, pois na dúvida tenho a única certeza.
Terá mesmo existido o sítio onde estivemos?
Aquela hora certa aquele lugar?
À força de o pensar penso que não.
Na melhor das hipóteses estou longe, qualquer de nós terá talvez morrido.
No fundo quem nos visse àquela hora,talvez pensasse que naqueles encontros, em que no fundo procurássemos o encontro profundo com nós mesmos.
Haveria entre nós um verdadeiro encontro, como o que apenas temos nos encontros que vemos, entre os outros onde só afinal somos felizes.
Eu via essa mulher e esse homem, que naqueles encontros pontuais decerto seriam tão felizes .
Como neles é pois a felicidade para nós possível, é sempre a que sonhamos.
Até que certo dia não sei bem;
Ou não passei por lá ou eles não foram, nunca mais foram, nunca mais passei por lá.
Passamos como tudo sem remédio passa e um dia decerto mesmo duvidamos, dia não tão distante, como nós pensamos.
Estarei longe talvez tenha envelhecido.
Terei até talvez mesmo morrido.
Não te deixes ficar sequer à minha espera, não telefones, não marques o número , ela terá mudado.
Nada penses ou faças, vai-te embora.
Que embora tudo mude nunca muda;
ou se mudar que se não lembre de morrer ou que enfim morra, mas que não me desiluda.
Dizia que ao chegar se olhares e não me vires, nada penses ou faças, vai-te embora
Eu não te faço falta e não tem sentido esperares por quem talvez tenha morrido.
Ou nem sequer talvez tenha existido.
Readaptei de um texto que li e no qual me revi, escrito por Ruy Belo
Você tem medo de quê?
A Complexidade do Ser Humano
Corpo, Instinto, Alma, Sentimento, enfim… Uma máquina que as vezes entra em curto-circuito!
É estranho… mas porque se somos seres racionais, ao invés de simplificarmos a vida temos a mania de torná-la cada vez mais complicada?
Quando estamos infelizes lamentamos… Quando estamos felizes não acreditamos que sejamos merecedores de tal felicidade e, portanto, também lamentamos…
Quando estamos infelizes temos medo que tal infelicidade dure para sempre… Quando estamos felizes temos medo que a felicidade acabe, afinal, “quando a esmola é demais, o santo desconfia!”
Desconfiamos de tudo que é bom… Temos a necessidade de “achar pelo em ovo”… Só para depois, se algo de ruim acontecer, podermos dizer: Viu, eu não disse? Temos a mania de tomar como dado adquirido só o que é ruim. O que é bom, é porque tivemos “sorte”! Mas como não devemos brincar com a sorte, pois ela pode nos virar as costas a qualquer momento, devemos estar sempre atentos… tensos… stressados… até que um dia entramos em colapso!
HELP!!!
PAREM O MUNDO QUE E QUERO DESCER!
Temos que assumir, de uma vez por todas, que se estamos infelizes não há mal que dure para sempre!
Temos que nos convencer que ser feliz é possível sim! Nem que seja por alguns momentos…Afinal, a felicidade se encontra nas pequenas alegrias…
Temos que parar de desconfiar de tudo o que é bom, de estar sempre com o pé atrás diante das palavras e atitudes dos outros… Afinal, ninguém é tão bom a ponto de conseguir premeditar os seus actos e palavras o tempo todo!
Temos que acreditar que as pessoas podem simplesmente falarem e agirem sem pensar, sem segundas intenções, sem jogos, enfim… e mesmo assim, se as nossas palavras e atitudes afectarem os outros, eles que nos perdoem, mas não tivemos a intenção!
Pelos desafios e sonhos da Vida!
« Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar.
P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilarecerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar.
Clarice Lispector
Rendida? Nunca!
Como foi possível isto acontecer?... Porque não vi isto antes?
Levantei-me em perfeito estado de agonia, vesti a primeira coisa que tinha a mão e sai para a rua...assim, sem que nada pudesse deter este impulso de busca incessante, por algo sem o qual eu não consigo mais viver…
Mas por onde começar?... Feriado, tudo fechado… Porque isso tinha que acontecer logo agora?... Não, eu não posso desistir… Para a frente, sempre para a frente, porta após porta, portas fechadas, máquinas fora de serviço… como posso voltar para casa assim? Sem nada? E depois de ter sentido este estado que me abalou a própria alma... isso não!
Comecei por onde achei que tinha de começar (ainda agora não sei bem por onde foi) mas acima de tudo, foi esta crença que me deu forças, esta crença em saber que não podia desistir, esta fé inabalável de saber que tinha de encontrar algo que não deixaria esta pequena chama apagar, algo que iria manter aceso o desejo e a vida em mim...
Foram vezes sem conta, que neste tão curto espaço de tempo a desilusão e o vazio se tornaram visíveis a olho nu e as vozes da rendição e da entrega gratuita começaram a se fazer ouvir... até que coloquei toda a minha vontade e querer naquela ultima esperança… Se nada encontrasse, eu iria possivelmente voltar para casa...de alma e coração vazios.
Foi, em dois euros e cinquenta cêntimos, que eu depositei todo o meu querer e, em expectativa, vi aquela máquina demoradamente fazer a operação e… finalmente sair... uma caixa com 3 Preservativos Durex Regular! Meu Deus como isso é bom!
Escrito por Madame Mim
A Vida Não Para! ...
Quando já nada é Intacto...em muitos dias sente-se assim.
Quando de repente num segundo
Quando o sopro de uma jura
Quem me leva os meus fantasmas! Pedro Abrunhosa
Sempre o Tempo!!!!
Ary dos Santos - Meu Amor, Meu Amor
«Meu amor meu amor
meu corpo em movimento
minha voz à procura
do seu próprio lamento.
Meu limão de amargura meu punhal a escrever
nós parámos o tempo não sabemos morrer
e nascemos nascemos do nosso entristecer.
Meu amor meu amor
meu nó e sofrimento
minha mó de ternura
minha nau de tormento
este mar não tem cura este céu não tem ar
nós parámos o vento não sabemos nadar
e morremos morremos
devagar devagar.»
Uma Inquietação... um Medo!
« No bairro do amor a vida é um carrossel
No bairro do amor a vida corre sempre igual
Afinal, os dias não são apenas Outonos...
Não há soluções...há caminhos!
O Silêncio
Dai, que quando começei a descobrir este poeta e este poema em específico, percebo que é em muito, tudo o que sinto e penso sobre o não gostar do silêncio...e o amar da partilha.
Entre tua boca e a palavra mora talvez minha angústia
como pedras quebrando a impassibilidade do lago,
Não te gosto em silêncio, porque parece que atrás de tua voz
Um dia te gostarei em silêncio. E então me recolherei em teu silêncio,
e procurarei a sombra, como o pássaro na hora da tarde,
e porque o sol estará em nós e nada turvará meu pensamento,
Cântico Negro - José Régio
O amor...
Esperas inúteis ...para que o Amor!?!?
A sua poesia caracteriza-se pela importância dada à palavra, disse num dos seus poemas, «nunca o amor foi fácil, nunca».
Nos tempos que correm não poderia estar mais certo... aqui fica a minha reflexão do dia!
E hoje não é seguramente um bom dia... sobretudo para o Amor!
!?
Voz Interior
Livro de Poemas, A voz que nos trai ...
« Pode ser uma ou várias. A minha traiu-me em cada instante que me senti pesar na tua vida. Por palavras talvez mais do que por gestos, fui-me traindo e fui pesando. Se 21 gramas é o peso que se perde quando se morre, qual é o peso da vida?
Não queria de algum modo trazer peso à tua vida, mas traí-me e talvez te magoasse assim. Sempre preferi esconder-me. Não por não querer que me visses mas para impedir que ao me veres te pesasse.
A minha voz traiu-me. Descontrolou-se na sua vontade de dizer. Palavra após palavra, denunciou-me. A maldita. A traição talvez a consiga superar. O peso que trouxe à tua vida. Não sei. Estou a tentar perceber. Embora saiba que não vou puder saber.
Houve outra voz que me traiu antes de poder ouvir a resposta. A voz da vida.
Longe, não sei se te pesei mais em vida se agora, sem ela. Recebe as minhas 21 gramas, o peso da minha alma. É leve e apenas sorri.
Porque foi o que aprendi contigo. A sorrir.
Neste adeus que não recebeste, nesta despedida que não existe, lembra-te apenas do meu sorriso. É teu. Como aquele café que não tomámos. Um aroma que ficou, o meu. Ou talvez e simplesmente o teu. Pois eu parti."
http://www.verbeat.org/blogs/avozquenostrai/arquivos
Diria a Saga continua ... O desafio do Amor em Poemas
«... Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim. E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim.»
Carlos Drumond de Andrade
Neste caso ...Viva Drumond, um génio da literatura brasileira.
Machado é Machado...
Um desafio agora aos colegas que propuseram aqui frases sobre o amor!
"O amor é o egoísmo duplicado"
"O amor é o rei dos moços e o tirano dos velhos"
"Amor repelido é amor multiplicado"
"Não se ama duas vezes a mesma mulher"
Machado é Machado!
A Encomenda do Silêncio - É simplesmente maravilhoso!
(Poema de Alberto Pimenta Lisboa, 1986)
Frases para refletir...
"Todo o amor é eterno e, se acaba, não era amor". (Nelson Rodriguês)
"É a soma de todos os amores falhados que torna o homem capaz de amar e ser amado". (Nelson Rodriguês).
Sobre a Paixão...
"Que não seja eterna, posto que é chama, mas que seja infinita enquanto dure". (Vinícius de Moraes)
Perfume de Mulher...
Estaremos predestinados a viver aos pares?
Temos dois olhos, duas narinas, dois braços, duas pernas, o cérebro é dividido em duas partes, enfim, muitas coisas existem em nós aos pares. Mas o coração é só um… não referi, mas me ocorre agora…
Esquerdo e direito; branco e preto; dia e noite; Tudo parece existir numa eterna dualidade…
Mas por que ser tão exacto? Gosto da coluna do meio, do cinza e daquela hora em que não é dia nem noite…
Também não temos de viver aos pares, não precisamos encontrar uma cara-metade… Talvez e só apenas o pobre coração necessite prescindir da sua existência solitária… e bater junto a outro…
Apesar dos múltiplos pares que em nós habitam, somos únicos, e melhor do que viver aos pares, é viver aos múltiplos pares (sem querer ser promíscuo/a…). Afinal, nada melhor que muitos pares de amigos, familiares, vizinhos, gatos, cachorros, árvores, sapatos, beijos e abraços…
Breves considerações sobre a figura do(a) “ex”…
Talvez a tal pedra no meio do caminho de Drummond… “há um ex” no meio do caminho, no meio do caminho há um “ex”… quem consegue escapar?!
Há o “ex” que virou amigo, colega, vizinho, conhecido, que paga pensão, ou que cobra pensão… o que sumiu, o que nunca some, o que sempre aparece para matar as saudades… (porque se o amor foi embora, a saudade pode voltar…).
Para mim, “ex” é sinónimo de passado, e não se pode viver de passado… vive-se no presente… e devemos ter os olhos postos no futuro… um futuro com “ex” não soa bem… afinal, “ex” já foi, já era, já passou… Mas, claro, há os eternos saudosistas… vivem e viverão do passado… então, para estes… viva o “ex” ou a “ex”!!! E que sejam felizes enquanto não se tornarem “ex” de alguém e terem novamente um “ex”!!!
O Clássico X O Metal
Confira aqui a letra (em inglês) e a sua tradução para o português.
Lifestorm broke my anchors
I'm alive, I'm alive
And I need you to be
You were just the moonlight
Uma tempestade na vida quebrou minhas âncoras
Eu estou vivo, estou vivo
E eu preciso que você seja
Você era a luz da lua