Desejo à todos...

Uma ótima entrada de ano novo e que 2008 seja um ano maravilhoso!
Um abraço,
"Meus Pensamentos!"
Pelo ano que está a acabar e pelo novo ciclo que se inicia :)

"Só existem dois dias no ano em que nada pode ser feito.
Um chama - se Ontem e o outro Amanhã, portanto Hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e, principalmente, Viver . "

Dalai Lama

É NATAL...


NATAL À BEIRA-RIO


É o braço do abeto a bater na vidraça?

E o ponteiro pequeno a caminho da meta!

Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,

A trazer-me da água a infância ressurrecta.

Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!

E o Menino nascia a bordo de um navio

Que ficava, no cais, à noite iluminado...

Ó noite de Natal, que travo a maresia!

Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.

E quanto mais na terra a terra me envolvia

E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.

Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me

À beira desse cais onde Jesus nascia...

Serei dos que afinal, errando em terra firme,

Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?


David Mourão-Ferreira

" Elogio ao Amor "

Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.
O que quero é fazer o elogio do amor puro.
Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão.
Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calcas e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".
O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões.
O amor transformou-se numa variante psico-socio-bio-ecológica de camaradagem.
A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível.
O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananoides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra.
O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental.
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores.
O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor.
A "vidinha" é uma convivência assassina.
O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição.
Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima.
O amor não se percebe. Não é para perceber.
O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente.
O coração guarda o que se nos escapa das mãos. É durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha, é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz.
Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra.
A vida dura a Vida inteira, o amor não.
Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.

" Elogio ao amor – Miguel Esteves Cardoso – Expresso

SICKO

Quando Michael Moore decidiu fazer o documentário 'Sicko', certamente não conhecia o sistema de saúde português!

Frase

"Não há que ter vergonha de preferir a felicidade".
Albert Camus - Escritor e Filósofo Francês (1913-1960).
Agora eu pergunto: Como é que um escritor tão pessimista conseguiu proferir esta máxima?

Preserverança!

Morre lentamente quem não viaja,quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo...

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,repetindo todos os dias os mesmos trajectos,quem não muda de marca , não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece...

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro ao branco, e os pontos nos "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.

Morre lentamente quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar.
Somente a preserverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.

Pablo Neruda

SE EU FOSSE

Uma amiga enviou-me este texto, porque não partilhar o que eu seria...

SE EU FOSSE...
Se eu fosse uma hora do dia, seria ... Meia Noite
Se eu fosse um astro, seria ... Cometa
Se eu fosse uma direcção, seria... Norte
Se eu fosse um móvel, seria ... Chaise Longue
Se eu fosse um liquido, seria ... Água do mar
Se eu fosse um pecado, seria ... Um bolo de chocolate
Se eu fosse uma pedra, seria ... esmeralda
Se eu fosse uma árvore, seria ... Cedro
Se eu fosse uma fruta, seria ... Cerejas
Se eu fosse uma flor, seria ... Tulipa
Se eu fosse um clima, seria ... Neve
Se eu fosse um instrumento musical, seria ... Violino
Se eu fosse um elemento, seria ... Oxigénio
Se eu fosse uma cor, seria ... Azul céu
Se eu fosse um animal, seria ... Cavalo
Se eu fosse um som, seria ... Eco
Se eu fosse música, seria ... Jorge Palma ...qual...hum dificil!!!!
Se eu fosse estilo musical, seria … Música Clássica
Se eu fosse um sentimento, seria ... Amor
Se eu fosse um livro, seria ... Conversas com Deus
Se eu fosse uma comida, seria ...Risoto
Se eu fosse um lugar, seria ... o meu porto de abrigo, a minha casa
Se eu fosse um gosto, seria ... Canela
Se eu fosse um cheiro, seria ... Baunilha
Se eu fosse uma palavra, seria ... Olá
Se eu fosse um verbo, seria ... SER
Se eu fosse um objecto, seria ... Quadro
Se eu fosse peça de roupa, seria ... Cachecol
Se eu fosse parte do corpo, seria ... Olhos
Se eu fosse expressão facial, seria ...Sorriso
Se eu fosse personagem de desenho animado, seria … Abelha maia
Se eu fosse filme, seria ... A Vida é Bela
Se eu fosse forma, seria ... Circunferência
Se eu fosse número, seria ... 6
Se eu fosse estação, seria ... Primavera
Se eu fosse uma frase, seria ... "Prefiro ser aprendiz de tudo, do que mestre de pouco."

E voces ...SE FOSSEM O QUE SERIAM...?
E se formos tudo isso, não diz muito do que somos...?!

Em minhas andanças pela Itália... Uma descoberta


Neri Per Caso (Negros por acaso). Eles cantam "A Capela", ou seja, só voz, sem instrumentos musicais. Esta música,"Le Ragazze", uma música feita para as mulheres na faixa dos 30, é a que eu mais adoro! Tenho certeza que, quem souber italiano e entender a letra, também irá adorar!

Letra: Le Ragazze (As Mulheres)

Le ragazze si lanciano ad occhi chiusi nelle avventure (As mulheres se jogam de olhos fechados numa aventura)
qualche volta confondono la bugia e la verita' (as vezes confundem a mentira e a verdade)
seguono l'istinto (seguem o instinto)
e l'istinto le aiutera' (e o instinto lhes ajudará)
sono treni in corsa (são um trem em curso)
che nessuno fermera' (que ninguém parará)
le ragazze decidono il destino dei loro amori (as mulheres decidem o destino de seus amores)
i ragazzi s'illudono ma non contano un gran che... (os rapazes se iludam ma não contam com grande coisa)
quando ti sorridono (quando te sorriem)
e' probabile che sia un si (é provável que seja um sim)
ma quando si allontanano e' no! (mas quando se afastam é não!)
e tu... (e tu...)
ci devi stare inutile sperare (deixa estar, é inutil esperar)
di recuperare se hanno detto no (de recuperar se disseram não)
meglio sparire non telefonare (melhor desaparecer, não telefonar)
per sentirsi dire un'altra volta no (para escutar dizerem outra vez não)
come se non t'importasse piu' (como se não te importasse mais)
senza farti mai vedere giu' (sem fazer nunca te verem embaixo)
si puo' amare da morire ma morire d'amore no! (se pode amar de morrer mas morrer de amor não!)


le ragazze che ispirano tutti i testi delle canzoni (as mulheres que inspiram todos os textos das canções)
sono sempre al centro dei discorsi di tutti noi (são sempre o centro do discurso de todos nós)
che non conosciamo (que não conhecemos)
nem meno la meta' (nem ao menos a metade)
di tutti quel che pensano (de tudo aquilo que pensam)
e dei segreti che ognuna ha (e dos segredos que cada uma há)
le ragazze volteggiano sulle ali degli aquiloni (as mulheres nos dão a volta como brinquedos)
e noi innamorati che le seguiamo da quaggiu' (e nós apaixonados as seguimos daqui de baixo (rastejamos))
guarda come planano...qualcuna scendera' (olha como plainam... alguma cairá)
ma quando si allontanano e' no! (mas quando se afastam é não!)


e tu...
ci devi stare inutile sperare di recuperare se hanno detto no
meglio sparire non telefonare per sentirsi dire un'altra volta no
come se non t'importasse piu'
senza farti mai vedere giu'
si puo' amare da morire ma morire d'amore no!

le ragazze che sfidano le opinioni della gente (as mulheres que expõem as opiniões de toda a gente)
hanno gli occhi limpidi di chi dice la verita' (Têm os olhos limpos de quem dizem a verdade)
senza compromessi (sem compromissos)
ne mezze misure (nem mesmo medidas)
sono piu' sincere (são mais sinceras)
le ragazze della nostra eta (as mulheres da nossa idade)

O meu italiano não é perfeito, mas acho que deu para todo mundo ter uma ideia da letra da música, né?

Através do espelho ...

Surgiu como um clarão
Um raio me cortando a escuridão
E veio me puxando pela mão
Por onde não imaginei seguir
Me fez sentir tão bem, como ninguém
E eu fui me enganando sem sentir
E fui abrindo portas sem sair
Sonhando às cegas, sem dormir
Não sei quem é você
O amor em seu carvão
Foi me queimando em brasa no colchão
E me partiu em tantas pelo chão
Me colocou diante de um leão
O amor me consumiu, depois sumiu
E eu até perguntei, mas ninguém viu
E fui fechando o rosto sem sentir
E mesmo atenta, sem me distrair
Não sei quem é você
No espelho da ilusão
Se retocou pra outra traição
Tentou abrir as flores do perdão
Mas bati minha raiva no portão
E não mais me procure sem razão
Me deixe aqui e solta a minha mão
E fui fechando o tempo, sem chover
Fui fechando os meus olhos, pra esquecer
Quem é você?

Ana Carolina
AMA COMO A ESTRADA COMEÇA.

Mário Cesariny

Momentos...

Será que ainda me resta tempo contigo,
ou ja te levam balas de um qualquer inimigo.
Será que soube dar-te tudo o que querias,
ou deixei-me morrer lento, no lento morrer dos dias.
Será que fiz tudo que podia fazer,
ou fui mais um cobarde, nao quis ver sofrer.
Será que lá longe ainda o céu é azul,
ou já o negro cinzento confunde Norte com Sul.
Será que a tua pele ainda é macia,
ou é a mao que me treme, sem ardor nem magia.
será que ainda te posso valer,
ou já a noite descobre a dor que encobre o prazer.
Será que é de febre este fogo,
este grito cruel que da lebre faz lobo.
Será que amanha ainda existe para ti,
ou ao ver-te nos olhos te beijei e morri.
Será que lá fora os carros passam ainda,
ou as estrelas cairam e qualquer sorte é bem-vinda.
Será que a cidade ainda está como dantes
ou cantam fantasmas e bailam gigantes.
Será que o sol se põe do lado do mar,
ou a luz que me agarra é sombra de luar.
Será que as casas cantam e as pedras do chao,
ou calou-se a montanha, rendeu-se o vulcao.
Será que sabes que hoje é Domingo,
ou os dias não passam, sao anjos caindo.
Será que me consegues ouvir
ou é tempo que pedes quando tentas sorrir.
Será que sabes que te trago na voz,
que o teu mundo é o meu mundo e foi feito por nós.
Será que te lembras da cor do olhar
quando juntos a noite nao quer acabar.
Será que sentes esta mao que te agarra
que te prende com a força do mar contra a barra.
Eu sei que tu estaras sempre por mim
Nao ha noite sem dia, nem dia sem fim.
Será,Será,Será...?

Pedro Abrunhosa

"L'Auberge espagnole"


Lembrei-me agora de um filme que vi há algum tempo, já velhinho, de 2002, de Cédric Klapisch, "Residência Espanhola". Para os que não viram, recomendo. Momentos na vida de um um jovem estudante francês que viaja para Barcelona.
Apenas para lembrar e me lembrar que há muito ainda por viver, conhecer, amar e voar...
Apenas o começo... ainda que pareça o fim... not the end... but... once upon in time...

Um post em homenagem a Cecília... e a mim também...

"...Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."

Talvez sejam estes alguns dos versos mais famosos de Cecília Meireles, poetisa, nasceu em 1901, no Rio de Janeiro.
Mas há muito mais neste mundo de Deus que também não se explica... e tampouco se entende...

Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim magro, assim triste,
nem estes olhos tão vazios nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas;

eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil:

- Em que espelho ficou perdida a minha face?

Sim, meus olhos já foram mais felizes frente a este mesmo rio... em que espelho d´água ficou perdida a minha face?
"Eu finjo ter paciência" escutei hoje Lenine... aliás, outra coisa que não entendo ou conheço... a paciência... alguém me explica?!

Eu "não" sei...

Sexo verbal não faz meu estilo
Palavras são erros e os erros são seus
Não quero lembrar que eu erro também

Um dia pretendo tentar descobrir
Porque é mais forte quem sabe mentir
Não quero lembrar que eu minto também

Eu sei

Feche a porta do seu quarto
Porque se toca o telefone pode ser alguém
Com quem você quer falar
Por horas e horas e horas

A noite acabou, talvez tenhamos que fugir sem você
Mas não, não vá agora, quero honras e promessas
Lembranças e estórias

Somos pássaro novo longe do ninho...

Renato Russo

O Nosso Dever de Falar

Entre nós e as palavras,...

« Ao longo da muralha que habitamos
Há palavras de vida há palavras de morte
Há palavras imensas,que esperam por nós
E outras frágeis,que deixaram de esperar
Há palavras acesas como barcos
E há palavras homens,palavras que guardam
O seu segredo e a sua posição

E há palavras e nocturnas palavras gemidos
Palavras que nos sobem ilegíveis
À boca
Palavras diamantes palavras nunca escritas
Palavras impossíveis de escrever
Por não termos connosco cordas de violinos
Nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
E os braços dos amantes escrevem muito alto
Muito além da azul onde oxidados morrem
Palavras maternais só sombra só soluço
Só espasmos só amor só solidão desfeita

Entre nós e as palavras, os emparedados
E entre nós e as palavras, o nosso dever falar.»

Mário Cesariny

Causo Mineiro...

"Os diferentes sotaques presentes na lingua brasileira é que fazem a grande riqueza deste País!"

"Crachá nos dentes..." meu preferido de Lygia

Para quem ainda não conhece, um pouquinho de Lygia Fagundes Telles, paulista, nasceu em 1923.
"... fui humano quando me apaixonei e virei um mutante que durou enquanto durou a paixão. Abrasadora. E breve. Escondi os pequenos objectos reveladores e que não eram muitos, a coleira, o osso e o saiote das noites de gala. Olhei de frente para o sol. Devo lembrar que eu varava feito uma seta salivando de medo os grandes arcos de fogo e eis que o medo desapareceu completamente quando me descobri em liberdade, todo o fogo vinha apenas aqui de dentro do meu coração… fiquei flamejante. Penso agora que flamejei demais e o meu amor que parecia feliz acabou se assustando, era um amor frágil, assustadiço. Tentei disfarçar tamanha intensidade, o medo de ter medo. Vem comigo! Eu queria gritar e apenas sussurrava. Passei a falar baixinho, escolhendo as palavras, os gestos e ainda assim o amor começou a se afastar. Delicadamente, é certo, mas foi se afastando enquanto crescia o meu desejo numa verdadeira descida aos infernos. É que estou amando por toda uma vida! eu podia ter dito. Mas me segurei, ah, o cuidado com que montava nesse corpo que se fechava, ficou uma concha. Não me abandone! Cheguei a implorar aos gritos no nosso último encontro. Desatei a escrever-lhe cartas tão ardentes, bilhetes, repeti o mesmo texto em vários telegramas: Imenso Inextinguível Amor Ponto De Exclamação. Era noite quando fiquei só. Tranquei-me no quarto e olhei a lua cheia com sua face de pedra esclerosada. As estrelas. Abracei com tanta força a mim mesmo e comecei a procurar, onde?"

Existimos?

Às vezes se te lembras procurava-te, retinha-te, esgotava-te e se te não perdia, era só por haver-te já perdido ao encontrar-te.
Nada no fundo tinha que dizer-te e para ver-te verdadeiramente e na tua visão me comprazer indispensável era evitar ter-te.
Era tudo tão simples quando te esperavam, tão disponível como então eu estava, como mudou aquela que te esperava.
Tu sabes como era se soubesses como é.
Numa vida tão curta mudei tanto, depois de tudo quanto o tempo me levou,
Se porventura tem ainda para mim sentido é ser solidão que te rodeia a ti.
Mas o preço que pago por te ter, é ter-te apenas quanto poder ver-te e ao ver-te saber que vou deixar de ver-te
Mesmo agora te vejo e mesmo ao ver-te não te vejo, pois sei que dentro em pouco deixarei de ver-te.
Eu aprendi a ver a minha infância e vim a saber mais tarde a importância.
Vejo-te agora, vi-te ontem e anteontem, e penso que, se nunca a bem dizer te vejo, se fosse além de ver-te sem remédio te perdia.
Mas eu dizia que te via aqui e acolá e quando te não via dependia do momento marcado para ver-te.
Eu chegava primeiro e tinha de esperar-te e antes de chegares já lá estavas, naquele preciso sítio combinado onde sempre chegavas.
Sempre tarde, ainda que antes mesmo de chegares lá estivesses, se ausente mais presente pela expectativa, por isso mais te via do que ao ter-te à minha frente.
Mas sabia que um dia não virias, que até duvidarei se tu estiveste onde estiveste, ou até se exististe ou se eu mesmo existi, pois na dúvida tenho a única certeza.
Terá mesmo existido o sítio onde estivemos?
Aquela hora certa aquele lugar?
À força de o pensar penso que não.
Na melhor das hipóteses estou longe, qualquer de nós terá talvez morrido.
No fundo quem nos visse àquela hora,talvez pensasse que naqueles encontros, em que no fundo procurássemos o encontro profundo com nós mesmos.
Haveria entre nós um verdadeiro encontro, como o que apenas temos nos encontros que vemos, entre os outros onde só afinal somos felizes.
Eu via essa mulher e esse homem, que naqueles encontros pontuais decerto seriam tão felizes .
Como neles é pois a felicidade para nós possível, é sempre a que sonhamos.
Até que certo dia não sei bem;
Ou não passei por lá ou eles não foram, nunca mais foram, nunca mais passei por lá.
Passamos como tudo sem remédio passa e um dia decerto mesmo duvidamos, dia não tão distante, como nós pensamos.
Estarei longe talvez tenha envelhecido.
Terei até talvez mesmo morrido.
Não te deixes ficar sequer à minha espera, não telefones, não marques o número , ela terá mudado.
Nada penses ou faças, vai-te embora.
Que embora tudo mude nunca muda;
ou se mudar que se não lembre de morrer ou que enfim morra, mas que não me desiluda.
Dizia que ao chegar se olhares e não me vires, nada penses ou faças, vai-te embora
Eu não te faço falta e não tem sentido esperares por quem talvez tenha morrido.
Ou nem sequer talvez tenha existido.

Readaptei de um texto que li e no qual me revi, escrito por Ruy Belo

Você tem medo de quê?

É engraçado mas, esses dias, em que divaguei sobre a complexidade do ser humano e sobre os MEDOS que nos cercam, tive uma aula acerca disto muito interessante...
Uma aula que discorreu sobre o "fenômeno do ver e ser visto", ou melhor, sobre o "fenômeno do ver e do medo de ser visto!"
Ao mesmo tempo que o ser humano tem uma curiosidade insessante em ver, tem medo de ser visto.
Explicou o Professor Jacinto Godinho, em sua disciplina leccionada na Universidade Nova, em Lisboa, "As vias da Reportagem (lê-se: reportagem televisiva)" que, na mitologia grega, os homens sempre tiveram a curiosidade de verem os Deuses, mas, ao mesmo tempo, tinham medo de serem vistos por estes Deuses. Esta "dinâmica do ver e do ser visto", trazida do mundo árabe para o mundo ocidental, manifesta-se no campo do jornalismo audio-visual da seguinte forma: O que está por tráz do que é reportado pelos media obedece a lógica do "ver e do ser visto". É natural que quando um jornalista faz uma reportagem ele aja de maneira a obedecer esta lógica. Primeiro o jornalista olha para dentro de si mesmo e julga o seu olhar antes de sofrer o julgamento daqueles que o cerca, inclusive dos "Deuses". Antes, porém, de haver um sistema de vigilância da sociedade, há um sistema de vigilância do próprio jornalista em questão que coloca os seus "travões" baseado nos medos que tem. O medo de ser julgado funciona com o grande travão do jornalista e das pessoas em geral. Por isso, após o jornalista fazer o julgamento das imagens que viu, ele as reporta e, entretanto, quando o que aconteceu não pôde ser visto pelos outros (através de imagens), o jornalista utiliza a palvra para isso.
O medo controla, portanto, os nossos gestos. "A vida é um estado de contenção permanente. Se não vivêssemos sob o medo e nos contivéssemos por causa disso, a sociedade ocidental já não funcionava", enfatizou o Professor.

A Complexidade do Ser Humano

O Ser Humano é um ser muito complexo…

Corpo, Instinto, Alma, Sentimento, enfim… Uma máquina que as vezes entra em curto-circuito!

É estranho… mas porque se somos seres racionais, ao invés de simplificarmos a vida temos a mania de torná-la cada vez mais complicada?

Quando estamos infelizes lamentamos… Quando estamos felizes não acreditamos que sejamos merecedores de tal felicidade e, portanto, também lamentamos…

Quando estamos infelizes temos medo que tal infelicidade dure para sempre… Quando estamos felizes temos medo que a felicidade acabe, afinal, “quando a esmola é demais, o santo desconfia!”

Desconfiamos de tudo que é bom… Temos a necessidade de “achar pelo em ovo”… Só para depois, se algo de ruim acontecer, podermos dizer: Viu, eu não disse? Temos a mania de tomar como dado adquirido só o que é ruim. O que é bom, é porque tivemos “sorte”! Mas como não devemos brincar com a sorte, pois ela pode nos virar as costas a qualquer momento, devemos estar sempre atentos… tensos… stressados… até que um dia entramos em colapso!

HELP!!!
PAREM O MUNDO QUE E QUERO DESCER!

Temos que assumir, de uma vez por todas, que se estamos infelizes não há mal que dure para sempre!

Temos que nos convencer que ser feliz é possível sim! Nem que seja por alguns momentos…Afinal, a felicidade se encontra nas pequenas alegrias…

Temos que parar de desconfiar de tudo o que é bom, de estar sempre com o pé atrás diante das palavras e atitudes dos outros… Afinal, ninguém é tão bom a ponto de conseguir premeditar os seus actos e palavras o tempo todo!

Temos que acreditar que as pessoas podem simplesmente falarem e agirem sem pensar, sem segundas intenções, sem jogos, enfim… e mesmo assim, se as nossas palavras e atitudes afectarem os outros, eles que nos perdoem, mas não tivemos a intenção!

Pelos desafios e sonhos da Vida!

Foto:Anne Geddes
« Ela acreditava em anjos e, porque acreditava, eles existiam.»...
Não apenas em anjos, ela acredita em Deus, e por isso Deus existe...

'Muitas vezes é o próprio apesar de, que nos empurra para a frente.
Foi o apesar de, que me deu uma angustia e que insatisfeita, foi criadora da minha própria vida.'

E apesar de...tudo o que não faz sentido que, inconformada, e numa luta quase diaria para ultrapassar os obstáculos...tantos...tantos, com que sempre me deparo, que aí está mais uma batalha ganha, mais um luta para vencer esta guerra de ser e viver melhor.
Agora é com o apesar de ...tudo!Ir pra frente, continuar a criar a minha própria vida.
Pela conquista dos sonhos, pelos desafios.
Porque não quero viver apenas do que é possivel!
Pelas pequenas/grandes conquistas que nos fazem felizes.
Por mim e pelas pessoas que sempre acreditaram e me incentivaram, em momentos cruciais.

« Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar.
P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilarecerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar.
Clarice Lispector

Rendida? Nunca!

Deitada numa cama king size, vendo a chuva cair na tarde do dia primeiro de Maio, sou assolada por uma vontade repentina de amar… No entanto, dou por mim sem poder fazê-lo… Acabaram-se eles!

Como foi possível isto acontecer?... Porque não vi isto antes?

Levantei-me em perfeito estado de agonia, vesti a primeira coisa que tinha a mão e sai para a rua...assim, sem que nada pudesse deter este impulso de busca incessante, por algo sem o qual eu não consigo mais viver…

Mas por onde começar?... Feriado, tudo fechado… Porque isso tinha que acontecer logo agora?... Não, eu não posso desistir… Para a frente, sempre para a frente, porta após porta, portas fechadas, máquinas fora de serviço… como posso voltar para casa assim? Sem nada? E depois de ter sentido este estado que me abalou a própria alma... isso não!

Comecei por onde achei que tinha de começar (ainda agora não sei bem por onde foi) mas acima de tudo, foi esta crença que me deu forças, esta crença em saber que não podia desistir, esta fé inabalável de saber que tinha de encontrar algo que não deixaria esta pequena chama apagar, algo que iria manter aceso o desejo e a vida em mim...

Foram vezes sem conta, que neste tão curto espaço de tempo a desilusão e o vazio se tornaram visíveis a olho nu e as vozes da rendição e da entrega gratuita começaram a se fazer ouvir... até que coloquei toda a minha vontade e querer naquela ultima esperança… Se nada encontrasse, eu iria possivelmente voltar para casa...de alma e coração vazios.

Foi, em dois euros e cinquenta cêntimos, que eu depositei todo o meu querer e, em expectativa, vi aquela máquina demoradamente fazer a operação e… finalmente sair... uma caixa com 3 Preservativos Durex Regular! Meu Deus como isso é bom!

Escrito por Madame Mim

A Vida Não Para! ...



Paciência


Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saberA vida é tão rara
Tão rara
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
a vida não para não
Será que é tempo que me falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara
tão rara
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
a vida não para não...
a vida não para
Lenine

Quando já nada é Intacto...em muitos dias sente-se assim.


Quando nada bate certo, quando tudo é incerto, quando nada faz sentido e o sentimento de perdido nos deixa sem saber o que fazer...

Quando não é este o lugar, mas não se sabe para onde caminhar, só se sabe que não se pode ficar, parar, e se conheçe o motivo para ir e partir.
Quando tudo se desfaz!
Perdida.
Não se sabe o que vem a seguir, nem para que caminho ir.
Mas o dever é ir

Devagar, sem saber que rumo tomar...

« Quando já nada é intacto
Quando tudo na vida vem em pedaços
E por dentro rebenta um mar
Quando a cidade alucina
Num luar de néon e de neblina
E me esqueço de sonhar
Quando há qualquer coisa que sufoca
E os dias são iguais a outros dias
E por dentro o tempo é tão voraz
Quando de repente num segundo
Qualquer coisa me vira do avesso
E desfaz cada certeza do meu mundo
Quando o sopro de uma jura
Faz balançar os dias
Quando os sonhos contaminam
Os medos e os cansaços...»
MV

Quem me leva os meus fantasmas! Pedro Abrunhosa


Hoje ouvi esta música nova, adoro o Pedro Abrunhosa, e faz-me lembrar a minha adolescência, que saudades que tenho dela :)
Tinha que traze-la aqui, tem tanto tanto a ver comigo...
E se alguém quiser levar os meus fantasmas, dou de bom grado!
A estrada eu própria vou encontrar!
Bem haja Pedro Abrunhosa por mais esta música!

« Aquele era o tempo em que as mãos se fechavam
E nas noites brilhantes as palavras voavam
E eu via que o céu me nascia dos dedos
E a Ursa Maior eram ferros acessos
Marinheiros perdidos em portos distantes
Em bares escondidos em sonhos gigantes
E a cidade vazia da cor do asfalto
E alguém me pedia que cantasse mais alto

Quem me leva os meus fantasmas
Quem me salva desta espada
Quem me diz onde é a estrada

Aquele era o tempo em que as sombras se abriam
Em que homens negavam o que outros erguiam
Eu bebia da vida em goles pequenos
Tropeçava no riso abraçava venenos
De costas voltadas não se vê o futuro
Nem o rumo da bala nem a falha no muro
E alguém me gritava com voz de profeta
Que o caminho se faz entre o alvo e a seta

Quem me leva os meus fantasmas
Quem me salva desta espada
Quem me diz onde é a estrada

De que serve ter o mapa se o fim está traçado
De que serve até à vista se o barco está parado
De que serve ter a chave se a porta está aberta
De que servem as palavras se a casa está deserta

Quem me leva os meus fantasmas
Quem me salva desta espada
Quem me diz onde é a estrada »


Sempre o Tempo!!!!

Cantaria Jorge Palma « O tempo nunca existiu, o tempo é nossa invenção », pois isto só pode ser uma má invenção, porque nada pior do que a falta de tempo, sobretudo quando precisamos, e muito, de tempo para nós próprios... Mas também disse « O tempo somos nós...»


Frida Kahlo - Raizes

Estou a tentar ter tempo para fazer uma viagem,para dentro de mim, mas a falta de tempo não me deixa ter tempo pra mim!
Que raio de invenção esta do tempo...
E pela falta de tempo, só tenho mesmo tempo para deixar aqui um poema de Ary dos Santos, que li à pouco tempo :)
E dentro de algum tempo, voltarei a escrever...

Ary dos Santos - Meu Amor, Meu Amor

«Meu amor meu amor
meu corpo em movimento
minha voz à procura
do seu próprio lamento.
Meu limão de amargura meu punhal a escrever
nós parámos o tempo não sabemos morrer
e nascemos nascemos do nosso entristecer.
Meu amor meu amor
meu nó e sofrimento
minha mó de ternura
minha nau de tormento
este mar não tem cura este céu não tem ar
nós parámos o vento não sabemos nadar
e morremos morremos
devagar devagar.»

Uma Inquietação... um Medo!


Não estou de todo inspirada para escrever, se é que para escrever é preciso inspiração...mas tenho vontade, sinto-me inquieta e já desde há algum tempo que esta dúvida me assola...passo os dias a pensar nesta música, está sempre na minha cabeça!Ecoa...e há la coisas...

Ouço muito e sobretudo quando estou no meu porto de abrigo um CD do Palma, ouço repetidamente e ainda mais repetidamente a música, Sonhadores Inatos (fascina-me aquele som de clarinete) e porque sou uma eterna sonhadora...a bem da verdade!

Mas, não somos todos!?!

Sou fascinada pela música, Na Terra dos Sonhos...ou Quem és tu de novo, mas sem querer só tenho na cabeça O Bairro do Amor... curioso é que nem me lembro da última vez que a ouvi, no entanto tenho-a na cabeça!

Sinto-a mais presente ainda, desde que um amigo, a propósito da ultima «reflexão», me disse...nota-se em ti o medo da solidão!E isso é uma coisa que só apareçe com o avanço da idade...assim foi!E então entendi porque... é o insconciente deste medo da Solidão.

Mesmo não querendo e muitas vezes nem estando, é assim, uma realidade que me assola!Um medo gigante e que tento sempre transpor!

O ser humano pode não estar «predestinado a viver aos pares», mas não está certamente preparado para viver e lidar com a solidão!Isto é também o claro reflexo das maldades para não dizer atrocidades e egoísmos das pessoas.

É o que sinto e sobre isto tive vontade de escrever...E apesar de gostar da minha companhia e de estar comigo própria...quero desacreditar aquela frase que diz mais ou menos isto...só eu mesmo me acompanho por toda a vida!

Embora a actual sociedade com todos os seus contornos nos leve por esse caminho...só tenho que fugir dele e encontrar o meu...


O Bairro do Amor - JP


« No bairro do amor a vida é um carrossel
Onde há sempre lugar para mais alguém
O bairro do amor foi feito a lápis de côr
Por gente que sofreu por não ter ninguém

No bairro do amor o tempo morre devagar
Num cachimbo a rodar de mão em mão
No bairro do amor há quem pergunte a sorrir:
Será que ainda cá estamos no fim do Verão?

Eh, pá, deixa-me abrir contigo
Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair-me um pouco
Eu sei que tu compreendes bem


No bairro do amor a vida corre sempre igual
De café em café, de bar em bar
No bairro do amor o Sol parece maior
E há ondas de ternura em cada olhar

O bairro do amor é uma zona marginal
Onde não há hotéis nem hospitais
No bairro do amor cada um tem que tratar
Das suas nódoas negras sentimentais

Eh, pá, deixa-me abrir contigo
Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair-me um pouco
Eu sei que tu compreendes bem »

Afinal, os dias não são apenas Outonos...




Ouvindo Amélie, talvez seja do som do acordeão, tive a sensação que há dias em que sentimos que a nossa vida é um tremendo dia de Outono, para não dizer de Inverno! E foi uma sensação claramente arrepiante!
Mas nos meus pensamentos foram surgindo que, afinal, mesmo esses dias são importantes e compoem a Estação da vida.
Todas as quatro, são necessárias ao nosso crescimento interior e, se bem analisadas, não são apenas cinzentas, castanhas ou amarelas... num dia de Outono também pudemos encontrar beleza mesmo nos tons e não apenas neles. Devemos pensar que se agora as folhas estão amarelas e caindo, ainda assim, foram verdes e cheias de vida e haverá uma próxima estação em que voltarão a ser...é também assim o ciclo da vida.
Poderia ate readaptar a tão celebre frase de Lavoisier para «Na natureza como na Vida, tudo se cria, nada se perde, tudo se transforma»!
Assim, que venha em breve e de novo a Primavera... Essa maravilhosa estação e que possa vive-la com a intensidade e o entusiamo que lhe é devido, com a alegria de tudo que é novo e fresco...como a manhã de um lindo dia de sol!

Deixo este poema...

«Primaveras e Verões»

Não importa o que aconteça
Vou amar igual
Todas as vezes
Que eu ainda merecer
A lucidez da paixão
É preciso não ter medo
Nunca é cedo ou tarde
Enquanto
A inquietação se manifesta
Tudo é festa, o fogo arde
Se a sorte assim quiser
E o amor sincero
Der o ar da sua graça
O infinito encantamento
Lá estará
À nossa espera
O sol abrindo as suas cores
Primaveras e verões
O florecer das emoções
Manhã de um dia lindo
Ah...

(Guilherme Arantes)

Não há soluções...há caminhos!


Recebi neste dia, uma frase Saint Exupèry, esse génio que escreveu O Principezinho, «Viver é nascer lentamente», e porque afinal hoje nasci, passados estes 30 anos, tenho que agradecer, não só aqueles que sempre presentes, mesmo na distância, pertencem à minha vida, a eles devo tudo (os meus pais), mas também aqueles que fazem parte dessa nova familia, que fui construindo, ao nascer todos os dias um bocadinho....


Deixo Miguel Torga aos amigos, com o meu Muito Obrigada...é simples, pois sou eu!:)


SEGREDO

Sei um ninho.
E o ninho tem um ovo.
E o ovo, redondinho,
Tem lá dentro um passarinho
Novo.

Mas escusam de me atentar:
Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar
Este segredo comigo.
E ter depois um amigo
Que faça o pino
A voar...


O Silêncio


Por mero acaso encontrei um novo autor, mas a vida é feita assim, meros acasos, muitas surpresas, esta é apenas mais uma...muito boa :)
Para partilhar convosco...
A Partilha uma palavra,talvez...não,

A bem da verdade, não apenas uma palavra, mas um gesto, que me é particularmente grato.
Dai, que quando começei a descobrir este poeta e este poema em específico, percebo que é em muito, tudo o que sinto e penso sobre o não gostar do silêncio...e o amar da partilha.
Embora os perceba como essenciais, descobri que tem um tempo certo.

Conclui... Não é decerto agora, para o silêncio!!!


Não Te Gosto em Silêncio – José Guilherme de Araújo Jorge

«Não te gosto em silêncio porque te sinto distante...
Entre tua boca e a palavra mora talvez minha angústia
como entre o dia e a noite
vacila a longa dúvida do crepúsculo.

Não te gosto em silêncio, quando há em teus olhos, pousados,
dois estranhos pássaros noturnos,
e teus lábios emudecem como a fonte nos ásperos
e intermináveis invernos.

Não te gosto em silêncio quando te envolves com as coisas
que te cercam, como se fosses uma delas,
quando estás como as águas paradas, cuja beleza
é apenas o reflexo das estrelas.

Por isto te provoco é te atiro perguntas
como pedras quebrando a impassibilidade do lago,
como pancadas no gongo que estremece e vibra
e te traz à tona para mim.

Não te gosto em silêncio, porque parece que atrás de tua voz
ainda se esconde alguém que tu própria não conheces,
a alguém embuçado a ameaçar nosso sonho
e que só tuas palavras poderão expulsar.

Não te gosto em silêncio, porque preciso ainda de tua palavra
para te descobrir,
lanterna adiante de meu passo, alvorada desenterrando
na noite emaranhada meu indeciso caminho.

Porque preciso ainda que tua palavra chegue como um vento forte
arrastando nuvens, limpando céus e horizontes,
levando folhas doentes, te descobrindo ao sol...

Um dia te gostarei em silêncio. E então me recolherei em teu silêncio,
e procurarei a sombra, como o pássaro na hora da tarde,
e porque o sol estará em nós e nada turvará meu pensamento,
entre tua boca e a palavra haverá apenas o meu beijo.»


Cântico Negro - José Régio

"É o poema dos teimosos, mas verdadeiros consigo proprios... É o poema daqueles que não tem medo daquilo que é novo, do cheiro das coisas selvagens e paisagens naturais e abertas..."
"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!

O amor...

"Nada fica imóvel e idêntico com o passar do tempo, o amor é um processo e não um objetivo a se atingir. O amor não é como o Céu, que uma vez alcançado, fica eternamente na mesma situação. Li outro dia uma frase, que me foi passada como sendo de Victor Hugo, e, se não for, me corrijam; “Não há nada mais parecido com a constância que a morte.”"

Esperas inúteis ...para que o Amor!?!?

Falo-vos de Eugénio de Andrade, um beirão (como eu!), embora tenha passado uma boa parte da sua vida no Porto.
A sua poesia caracteriza-se pela importância dada à palavra, disse num dos seus poemas, «nunca o amor foi fácil, nunca».
Nos tempos que correm não poderia estar mais certo... aqui fica a minha reflexão do dia!
E hoje não é seguramente um bom dia... sobretudo para o Amor!

Adeus
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras
e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
E eu acreditava!
Acreditava,
porque ao teu lado todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
no tempo em que o teu corpo era um aquário,
no tempo em que os teus olhos eram peixes verdes.
Hoje são apenas os teus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...
já não se passa absolutamente nada.
E, no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos nada que dar.
Dentro de ti
Não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.

!?


Para que tanta filosofia? Profundidade?! Sentimentalismo?!

"Todas as cartas de amor são ridículas", disse muito bem Pessoa...

A vida deveria ser mais simples, leve...

Voz Interior

Espiritualidade é reconhecer nossa própria sabedoria interior, reconhecer o oráculo que existe dentro de nós. Se escutarmos a essa sábia voz interior, poderemos aprender como dar sentido às coisas e entender o que está acontecendo ao nosso redor. Quando vamos para dentro, a mente começa a se acalmar e assentar. A vida se torna mais ordenada e nos sentimos mais contentes. Começamos a sentir que agora podemos ir em frente nessa jornada que irá nos preencher.
Jim Ryan

Livro de Poemas, A voz que nos trai ...


« Pode ser uma ou várias. A minha traiu-me em cada instante que me senti pesar na tua vida. Por palavras talvez mais do que por gestos, fui-me traindo e fui pesando. Se 21 gramas é o peso que se perde quando se morre, qual é o peso da vida?
Não queria de algum modo trazer peso à tua vida, mas traí-me e talvez te magoasse assim. Sempre preferi esconder-me. Não por não querer que me visses mas para impedir que ao me veres te pesasse.
A minha voz traiu-me. Descontrolou-se na sua vontade de dizer. Palavra após palavra, denunciou-me. A maldita. A traição talvez a consiga superar. O peso que trouxe à tua vida. Não sei. Estou a tentar perceber. Embora saiba que não vou puder saber.
Houve outra voz que me traiu antes de poder ouvir a resposta. A voz da vida.
Longe, não sei se te pesei mais em vida se agora, sem ela. Recebe as minhas 21 gramas, o peso da minha alma. É leve e apenas sorri.
Porque foi o que aprendi contigo. A sorrir.
Neste adeus que não recebeste, nesta despedida que não existe, lembra-te apenas do meu sorriso. É teu. Como aquele café que não tomámos. Um aroma que ficou, o meu. Ou talvez e simplesmente o teu. Pois eu parti."

http://www.verbeat.org/blogs/avozquenostrai/arquivos

Diria a Saga continua ... O desafio do Amor em Poemas

«Ah o amor ... que nasce não sei onde, vem não sei como, e dói não sei porque...»

«... Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim. E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim.»

Carlos Drumond de Andrade

Neste caso ...Viva Drumond, um génio da literatura brasileira.

Machado é Machado...

Pode um neto de escravos, gago, epiléptico e de condições humildes, em pleno século XIX, ter se tornado o maior escritor brasileiro de todos os tempos?! Pode... o cara não poderia ser ninguém menos que Machado de Assis! Sua obra... a condição humana numa espécie de "Espelho"... duas almas temos todos, diria, a interna e a externa. Para os que não leram este, recomendo!

Um desafio agora aos colegas que propuseram aqui frases sobre o amor!
"O amor é o egoísmo duplicado"
"O amor é o rei dos moços e o tirano dos velhos"
"Amor repelido é amor multiplicado"
"Não se ama duas vezes a mesma mulher"

Machado é Machado!

A Encomenda do Silêncio - É simplesmente maravilhoso!

Já reparaste que tens o mundo inteiro
dentro da tua cabeça
e esse mundo em brutal compressão dentro da tua cabeça
é o teu mundo
e já reparaste que eu tenho o mundo inteiro
dentro da minha cabeça
e esse mundo em brutal compressão dentro da minha cabeça
é o meu mundo
o qual neste momento não te está a entrar pelos olhos
mas através dos nomes
pois o que tu tens dentro da tua cabeça
e o que eu tenho dentro da minha cabeça
são os nomes do mundo em brutal compressão
como um filtro ou coador
de forma que nem és tu que conheces o mundo
nem sou eu que conheço o mundo
mas os nomes que tu conheces é que conhecem o mundo
e os nomes que eu conheço é que conhecem o mundo
o qual entra em ti e o qual entra em mim
através dos nomes que já tem
de forma que o que entra pelos meus olhos não pode
entrar pelos teus olhos
mas só pela tua cabeça através
dos nomes dados pela minha cabeça
àquilo que entrou pelos meus olhos já com nomes
e do mesmo modo
o que entra pelos teus olhos não pode
entrar pelos meus olhos
mas só pela minha cabeça através
dos nomes dados pela tua cabeça
àquilo que entrou pelos teus olhos já com nomes
e assim o que tu vês
já está normalmente dentro de ti antes de tu o veres
e assim o que eu vejo
já está normalmente dentro de mim antes de eu o ver
e tudo quanto tu possas ver para aquém ou para além dos nomes
é indizível e fica dentro de ti
e tudo quanto eu possa ver para aquém ou para além dos nomes
é indizível e fica dentro de mim
e é assim que vamos construindo a nós mesmos pela segunda vez
tu a ti e eu a mim...construindo uma consciência irrepetível e intransmissível
cada vez mais intensa e em si
tu em ti eu em mim
no entanto continuando a falar um com o outro
tu comigo e eu contigo
cada um
tentando dizer ao outro
como é o mundo inteiro que tem dentro da cabeça
e porque é e para que é
tu o teu mundo que tens dentro da tua cabeça
eu o meu mundo que tenho dentro da minha cabeça
até que morra um de nós
e depois o outro...
(Poema de Alberto Pimenta Lisboa, 1986)

Frases para refletir...

Sobre o amor...

"Todo o amor é eterno e, se acaba, não era amor". (Nelson Rodriguês)

"É a soma de todos os amores falhados que torna o homem capaz de amar e ser amado". (Nelson Rodriguês).

Sobre a Paixão...

"Que não seja eterna, posto que é chama, mas que seja infinita enquanto dure". (Vinícius de Moraes)

Perfume de Mulher...


No filme "Perfume de Mulher", há uma cena inesquecível, em que um personagem cego, vivido por Al Pacino, tira uma rapariga para dançar e ela responde:

- "Não posso, porque meu noivo chega dentro de minutos"

- "Mas em um momento se vive uma vida" - responde ele, conduzindo-a num passo de tango. E esta pequena cena é o momento mais bonito do filme!

Estaremos predestinados a viver aos pares?

“Em nós, tudo existe aos pares”, dizia-me outro dia um amigo numa saída aos pares… de Salsa…
Temos dois olhos, duas narinas, dois braços, duas pernas, o cérebro é dividido em duas partes, enfim, muitas coisas existem em nós aos pares. Mas o coração é só um… não referi, mas me ocorre agora…
Esquerdo e direito; branco e preto; dia e noite; Tudo parece existir numa eterna dualidade…
Mas por que ser tão exacto? Gosto da coluna do meio, do cinza e daquela hora em que não é dia nem noite…
Também não temos de viver aos pares, não precisamos encontrar uma cara-metade… Talvez e só apenas o pobre coração necessite prescindir da sua existência solitária… e bater junto a outro…
Apesar dos múltiplos pares que em nós habitam, somos únicos, e melhor do que viver aos pares, é viver aos múltiplos pares (sem querer ser promíscuo/a…). Afinal, nada melhor que muitos pares de amigos, familiares, vizinhos, gatos, cachorros, árvores, sapatos, beijos e abraços…

Breves considerações sobre a figura do(a) “ex”…

Quem não tem um “ex” ou uma “ex” que atire a primeira pedra… aliás, parece ser isso mesmo o “ex”… uma pedra…

Talvez a tal pedra no meio do caminho de Drummond… “há um ex” no meio do caminho, no meio do caminho há um “ex”… quem consegue escapar?!

Há o “ex” que virou amigo, colega, vizinho, conhecido, que paga pensão, ou que cobra pensão… o que sumiu, o que nunca some, o que sempre aparece para matar as saudades… (porque se o amor foi embora, a saudade pode voltar…).

Para mim, “ex” é sinónimo de passado, e não se pode viver de passado… vive-se no presente… e devemos ter os olhos postos no futuro… um futuro com “ex” não soa bem… afinal, “ex” já foi, já era, já passou… Mas, claro, há os eternos saudosistas… vivem e viverão do passado… então, para estes… viva o “ex” ou a “ex”!!! E que sejam felizes enquanto não se tornarem “ex” de alguém e terem novamente um “ex”!!!

O Clássico X O Metal

Esses dias, conversando com um amigo, lembrei-me de como as música clássica e o metal estão intimamente ligados... Percebi isso pela primeira vez numa aula de Estética na Faculdade de Jornalismo. E a propósito disso, deixo-vos aqui, o que, para mim, é o maior exemplo dessa semelhança: Tendo a sonata de Beethoven, Moonligth, como "pano" de fundo, a extinta banda de heave metal brasileira Viper, compôs uma letra.
Confira aqui a letra (em inglês) e a sua tradução para o português.
Viper - Moonlight
Lifestorm broke my anchors
And like a wreck I've been
Sea and sky were just one darkness
Such a brilliant radiance you came
I'm alive, I'm alive
Just by the light
From your eyes
And I need you to be
Like the heaven I seek
But clouds showed me
And I saw
You were just the moonlight
And the moon belongs to, no one...
Viper - Moonlight (tradução)
Uma tempestade na vida quebrou minhas âncoras
como uma ruína eu tenho sido
mar e céu eram apenas uma escuridão
Como uma radiação brilhante você veio
Eu estou vivo, estou vivo
apenas pela luz
de seus olhos
E eu preciso que você seja
Como o paraíso que eu procuro
mas as nuvens me mostraram
e eu vi
Você era a luz da lua
e a lua não pertence a ninguém, ninguém...

Um dos prazeres da vida!

Como comer é um dos prazeres da vida que eu mais aprecio, deixo-vos aqui, uma pequena mostra da gastronomia portuguesa! Espero que apreciem e tenham a oportunidade de experimentar!

Mostra de Cinema e Vídeo Lusófono

DE 7 A 10 DE FEVEREIRO 2007, NA BAIXA DA BANHEIRA/ MOITA, NO FÓRUM JOSÉ MANUEL FIGUEIREDO.´

O tempo faz milagres!!!

"O tempo é muito lento para os que esperam, muito rápido para os que têm medo, muito longo para os que lamentam, muito curto para os que festejam. Mas, para os que amam, o tempo é eternidade". (Shakespeare)